5 pilares para uma governança robusta e ágil

Ao longo de mais de 20 anos atuando com projetos de governança corporativa para empresas de diferentes portes e setores, observei que os princípios universais da boa governança só geram resultados sustentáveis quando adaptados à realidade e aos desafios de quem está, de fato, “no meio do jogo”. Isso acontece quando há uma combinação entre estruturas de governança bem definidas e uma alta liderança comprometida em sustentar esses pilares no dia a dia. É esse alinhamento que assegura crescimento sustentável, atrai investidores e fortalece a reputação da empresa no mercado.

Proponho uma abordagem prática baseada em 5 pilares da governança, que conciliam robustez e agilidade de forma simples, direta e eficaz:

1. Transparência: o que você está deixando no escuro?

– Louis D. Brandeis

Transparência não é apenas divulgar números – é construir confiança organizacional. Imagine dashboards que geram conversas relevantes, relatórios que engajam e dados que empoderam sua equipe e sócios. A liderança tem papel central: define o que é estratégico e abre espaço para discussões verdadeiras.Você ainda faz microgerenciamento? Guarda informações por medo de ser substituído ou de fomentar concorrência? Reflita: o quanto isso realmente te fortalece?

2. Accountability: quem segura a bronca quando algo sai do script?

– Stephen R. Covey

Accountability vai além de “prestar contas” – trata-se de dizer: “eu estou junto” e “respondo por isso”. Estabelecer metas claras, revisar resultados com regularidade e ajustar a rota em equipe torna o processo mais colaborativo. Quando a alta liderança assume esse compromisso, a cultura de responsabilidade se espalha por toda a organização. Você está mesmo empenhado em deixar um legado e formar lideranças melhores do que você?

3. Equidade: será que todo mundo joga no mesmo time?

– Rick Riordan

A equidade organizacional vai além de cotas: envolve garantir voz, oportunidade real e justiça nos processos. Rever contratos societários, criar políticas transparentes de promoção e fomentar diversidade de gênero, raça e experiências fortalece o negócio – e o torna mais justo. Você cumpre o que prega? Inspira pelo exemplo? Quais são suas ações reais de equidade no dia a dia?

4. Responsabilidade: como sua empresa faz o bem, sem alarde?

– Jochen Zeitz

A responsabilidade socioambiental não precisa ser grandiosa para ser relevante. Ações como coleta seletiva, programas de voluntariado, metas ambientais e redução de desperdícios mostram comprometimento. Quando a liderança participa ativamente e comunica resultados, inspira toda a equipe a agir. Como sua empresa promove o bem – de forma genuína e consistente?

5. Conformidade Legal: você está jogando dentro das regras?

– Potter Stewart

Estar em dia com LGPD, PLD/KYC, obrigações fiscais, canais de denúncia e controles internos evita riscos e garante a longevidade do negócio. Ter checklists práticos, auditorias internas e responsáveis com autonomia e orçamento claro é essencial. Mas o principal: quem garante os recursos e valida processos é a liderança, sinalizando que operar dentro da lei é inegociável. Sua empresa tem uma cultura de conformidade real ou tudo ainda está só no papel?

Hora da reflexão sobre a sua governança:

• Onde você pode ampliar a transparência nas decisões?

• De que forma sua liderança pode inspirar accountability verdadeira?

• Quais brechas de equidade ainda existem no seu time?

• Como transformar responsabilidade em ações palpáveis e contínuas?

• Sua conformidade legal está efetivamente sendo aplicada?

  
  

Se essas perguntas mexeram com você, talvez seja hora de dar o próximo passo.

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Sobre a autora:

Carolina Freitas é uma profissional com 17 anos de carreira e formação em Ciências Jurídicas, é fluente em espanhol e possui inglês intermediário. Especializada em governança corporativa, estruturação de startups e análise de riscos legais, ela implementa modelos de negócios adaptados a mercados como cripto e meios de pagamento. Com experiência em prospecção de clientes e liderança de projetos sociais e ambientais alinhados à agenda ESG, começou sua trajetória em setores diversos como construção civil e tecnologia, atuando como advogada corporativa nas áreas de Direito Societário e Contratos.